sábado, 19 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
A UNIVERSIDADE NÃO É UM LUGAR COMO OS OUTROS
No último conflito USP/PM-SP
é preciso dizer, antes de tudo, que houve excesso dos dois lados. Sem dúvida a
reitoria e o governo do estado escolheram o pior caminho: o uso da força. Estudante
é bandido? A questão é mesmo a maconha? O uso de maconha por três alunos
justifica o desdobramento do evento?
A imprensa, para embalar o
seu apoio à ação policial, repetiu exaustivamente um bordão: “A universidade é
um lugar como os outros”. Será?
Vejamos.
1 - Na historia da
universidade (sua origem remonta ao início do século XIII) um ponto sempre
esteve presente: ela não é um lugar como os outros. A autonomia do trabalho
intelectual só pode acontecer na reafirmação constante do caráter específico
desta atividade. Isso sempre gerou uma relação tensa com os poderes
estabelecidos. Daí a ambigüidade da relação
sociedade/universidade. “Não se recusa o
prestígio do saber, mas os poderes estabelecidos desejam que este saber se
subordine de alguma maneira a condições externas ao seu modo específico de
disseminação” (LEOPOLDO E SILVA, Franklin. Autonomia e interação. In Revista USP. Universidade de São Paulo:
n. 25, março-maio de 1995, p. 64.
2 - Por que a ação policial se
tornou a forma natural de reagir? Por que não mais o diálogo, os debates, as
mediações? O que aconteceu com esses mecanismos tão bem usados antes? A
sociedade agora é mais violenta? Por isso precisa ser menos democrática? Não
seria exatamente o contrário?
3 – Parece haver, então, na
escolha do uso da força nas situações de conflito, um esforço pela
desinstitucionalização da universidade. Considerá-la como “um lugar como os outros” é
confundir a transitoriedade do tempo com a natureza essencial da instituição.
Se isso acontece perdem todos: o governo, a polícia, os estudantes e a
sociedade. A submissão às exigências da moral vigente, do mercado, da
tecnociência e da produtividade retira da universidade o que é a sua principal
missão: justamente questionar o imperativo dos interesses hegemônicos do seu
tempo, relativizando-os e exercitando a liberdade como critério ético.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
A LÍNGUA É MINHA PÁTRIA 2
Da série À ESPERA DE UMA JUSTIFICATIVA:
c) por que nada mais é "grande"? Tudo é "mega"?
a) Por que os repórteres e âncoras só falam em “chuvas” e nunca em “chuva”: “As chuvas de ontem à noite...” Por que não “A chuva de ontem à noite...”?
b) Por que “materiais” e não “material”? “Houve aumento nos preços (por que não no preço?) dos “materiais” de construção. c) por que nada mais é "grande"? Tudo é "mega"?
Da série MODISMOS:
a) “fim” virou “final”: “Final de semana”, “final de expediente”.
b) “até porque...”Da série LUGARES COMUNS INSUPORTÁVEIS:
a) luta contra o câncer
b) exemplo de superaçãoc) rastro de destruição
Da série INFANTILIZEMO-NOS SEMPRE:
a) as “meninas” do vôlei (por que não ‘jogadoras/atletas’?)
b) os “meninos” do basquete (por que não ‘jogadores/atletas’?)Da série AUSÊNCIA DE SUBSTÂNCIA:
a) por que falam em “questão” quando querem apenas se referir a um “tema”?
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
A língua é minha pátria
Acho impressionante o descaso com a nossa língua por alguns repórteres e âncoras de rádio e TV. Há muito tempo isso me incomoda. Anos atrás, quando o locutor errava, quase imediatamente se corrigia e até mesmo se desculpava. Agora ouço barbaridades à exaustão. "A avenida está congestionada 'desda' ponte..."; "a minha pergunta é 'o' seguinte"; o jogo empatou “em” etc. Irritantes também são os modismos: hoje nada mais é bastante ou muito, tudo é "extremamente". A palavra “diferente” foi abolida. Agora tudo é “diferenciado”. O uso viciante desses termos é o sintoma atual da mesma doença de estações passadas que produziu o “a nível de”, o “com certeza” e o famigerado gerúndio que, felizmente, perderam força depois de ridicularizados.
Sei que a formação dos jovens repórteres é obra também do nosso precário ensino superior, mas o que sempre me pergunto é: eles não têm chefe? Ninguém lhes aponta os erros? Nenhum chefe de redação lhes aconselha a não repetir palavras lugares-comuns? A estudar gramática? Concordância? Lógica (“o trânsito está apenas intenso”)? Como abordei em artigo publicado em 2009 (https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ML/article/view/1268), a mídia não pode fugir à sua responsabilidade educacional/cultural. A língua é um dos nossos principais patrimônios. Se não é levada a sério pelos comunicadores que receberam concessão pública para defender o direito coletivo à informação e à cultura, o que deixaremos para as novas gerações?
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Excesso de propaganda na TV paga. O que você acha disso?
Já reparou como tem crescido o tempo dos intervalos comerciais nos canais exclusivos de TV por assinatura? Será que a ANATEL percebeu?
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